Com a invasão da Rússia à Ucrânia em fevereiro de 2022, houve grandes mudanças no tabuleiro da geopolítica mundial.
Para além das questões militares, que envolvem as intenções ocidentais de ampliar o escopo da aliança da OTAN, questões econômicas, com ênfase no suprimento energético ocuparam lugar de destaque na pauta dos Estados Unidos e da União Europeia.
Um terceiro ator, para além do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo) e da Rússia, entrou em evidência, a Índia.
Apesar de já ser uma importadora do petróleo russo em franca expansão, a Índia entrou em destaque quando, após a invasão do território ucraniano por tropas russas, manteve suas relações com o Kremilim, a despeito da condenação das agressões russas pelo ocidente.
Declarado o embargo econômico ao petróleo russo em dezembro de 2022, os países do G7, que incluem as potências europeias e os Estados Unidos, estabeleceram um bloqueio à compra do petróleo da Rússia transportado pelo modal aquático e estabeleceu um teto para a compra dos hidrocarbonetos daquele país transportado pelo modal dutoviário.
Qual não foi a surpresa quando observou-se um aumento das exportações russas para a Índia na virada do ano de 2022 para 2023. Surpresa maior ficou por conta da constatação de que as exportações de petróleo indiano para os Estados Unidos e para Europa também deu um salto notável.
Resumo da ópera: G7 decreta embargo ao petróleo russo, Índia aumenta importações de petróleo da Rússia, e G7 aumenta importações de petróleo da Índia. E assim o circo se fecha enquanto se propaga a informação de que Estados Unidos e União Europeia estão sufocando a Rússia economicamente.